Vou tentar ser sucinto.
Seguinte, estou em um relacionamento faz 6 anos, e há 3 anos moramos juntos. Minha parceira é cerca de 10 anos mais velha que eu e tem um filho maior de idade. Recentemente descobri que ela fez um empréstimo no nome dela para o filho trocar de carro. O filho dela ganha bem, mas é gastão e tem histórico de não pagar o que pega emprestado da mãe.
Eu não veria problema nisso, afinal é mãe e filho e o que uma mãe não faz pelo filho, certo?
Só que há um ano atrás compramos um imóvel que a proposta era pagarmos a parcela juntos e a parcela do imóvel é 2/3 do que ganhamos. Para não ficar tão pesado, estamos morando “de favor” na casa de um parente meu e alugando o imóvel para ajudar na parcela. Ela ganha menos que eu, então eu pago luz, agua, internet e um valor simbólico de aluguel para esse meu parente. Ela ajuda nos mantimentos com metade do valor da compra, geralmente.
Caso o filho dela não pagar as parcelas do empréstimo, ela não vai ter como pagar também. O dinheiro que ela tem guardado(que é dela) está imobilizado devido a modalidade de investimento. Mas assim, isso não é meu problema, é dela. Ela tem o dinheiro que é dela e que pode cobrir o valor do empréstimo. Tipo, como ela tem dinheiro guardado que é dela (pela terceira vez), eu nem veria problema nisso. Tipo, é mãe. Só que…
O que eu vejo problema é que ela quer o status de “esposa”, mas não me consulta sobre uma decisão que pode (e provavelmente vai) afetar a nós dois. A sensação é que estou patrocinando indiretamente a irresponsabilidade financeira de alguém que, se na minha velhice eu precisasse de ajuda, não daria.
Tudo isso me agrava porque pra mim o relacionamento nos últimos meses não está satisfatório e tenho percebido alguns pontos que somos bem incompatíveis. A vontade é abandonar tudo e sair correndo.
E aí, vocês já passaram por algo parecido? Algum conselho, opinião?
Olha, sou uma pessoa toda ferrada psicologicamente e em um relacionamento todo cagado, então não sei se tenho moral para dar conselhos, mas gostaria de te ajudar a refletir um pouco sobre algumas coisas, principalmente nesse ponto:
Achei isso muito curioso. Como é essa sensação? Acontece com frequência? É tipo algo que te acompanha na vida, sempre que tem alguma dificuldade, ou nunca se sentiu dessa forma?
Pergunto isso porque não é uma boa sensação e pode vir de algum medo ou insatisfação inconsciente em você. Minha sugestão é primeiro parar para fazer uma internalização, dar mais tempo a ti, ficar um pouco sozinho, talvez ir a algum lugar em que se sente seguro, ou caminhar um pouco, para tentar se entender e entender como se sente em relação ao seu relacionamento. Tente entender se você quer construir sua vida e seu futuro com ela, ou se não acha que será algo bom. A partir da sua resposta, você vai saber qual caminho tomar, e em ambos, vai precisar ter uma conversa séria e calma com ela, expondo seus sentimentos da forma mais clara possível. Cuidado com a armadilha da indecisão, pois ela cria uma ilusão de que podemos tomar certas decisões no futuro, mas geralmente o tempo vai passando e a situação só vai se tornando mais e mais complicada.
A vontade de abandonar tudo e sair correndo é no sentido de ver um incêndio que não é possível apagar no local onde se está. O instinto é de querer ganhar distância desse tipo de calamidade, entende?
Estou no processo de reavaliação do relacionamento, sabe? Tipo, continuando com a analogia, não estou com muita vontade de ficar e ver se o incêndio vai ser apenas uma queima controlada ou uma catástrofe ambiental.
No mais, refleti bastante e ainda tenho muito o que refletir nesses próximos dias.