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Cake day: June 30th, 2023

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  • Eu acho que o que pode “cavar a volta do b lsonaro” não é o Lula, mas um jornalismo que impulsiona desinformação e publica artigos de autores que não têm o devido conhecimento sobre o assunto abordado. Isto, potencializado pela falta de diversidade de posicionamento dos grandes jornais teve papel significativo para a formação da conjuntura de 2018.

    Vejamos. A autora do artigo, comentarista política respeitada pela grande mídia, não compreende que o Lula “ache lindo ser rotulado como comunista”, e afirma que tal fato “trabalha contra ele e a favor do adversário, fortalecendo as versões de que vai implantar o comunismo e o Brasil vai virar uma Venezuela”.

    Ainda segundo a autora, “o problema não é exclusivo de Lula e sim do País e dos democratas, que cobram responsabilidade e juízo para não alimentar os fantasmas que embalam autoritarismo, retrocesso, negacionismo”. Seguindo esta premissa, assumo que ao dizer do País, a autora também esteja incluindo a mídia e a si mesma. No entanto, ao se deparar com a informação sem evidências de que o Lula “vai implantar o comunismo e o Brasil vai virar uma Venezuela”, a autora ao invés de combater a desinformação, questionando a relação do projeto de governo do Lula com o comunismo, e o próprio medo do comunismo, sugere que o presidente deva se autocensurar quanto a tal declaração, alimentando ela mesma a narrativa que diz desejar combater. Pois ao dizer que o fato do Lula achar lindo ser chamado de comunista seria um indício ou evidência de que o Brasil será comunista e “uma Venezuela” ela mostra estar ao mesmo nível de conhecimento das pessoas que acreditam nestas histórias.

    Um graduando de Filosofia ou Ciências Sociais, ou mesmo um aluno de ensino médio que tenha aulas com professores formados em Filosofia e Ciências Sociais sabe que é uma contradição dizer que determinado país será “uma Venezuela” e comunista. Simplesmente porque uma sociedade comunista significa precisamente uma sociedade que aboliu a divisão do trabalho. Esta é a definição de Morgan, utilizada por Marx. Definitivamente nem a Venezuela nem nenhuma sociedade industrializada jamais aboliu a divisão do trabalho, mesmo os governos marxistas nunca afirmaram ter alcançado uma sociedade comunista. O fato do partido no poder ser comunista, significa que eles defendem e pretendem alcançar o comunismo, mas de forma alguma significa que uma sociedade se torna comunista por ser governada por um partido que tem a palavra “comunista” no nome.

    Tal abolição da divisão do trabalho, ainda segundo Marx, seria uma consequência inevitável do processo de industrialização, pois a automação torna o trabalho humano cada vez mais desnecessário e simples. Por isso o desemprego, por isso as crises do capitalismo. O próprio Estadão já publicou inúmeras materias sobre os impactos das inteligências artificiais no mercado de trabalho e suas consequências econômicas, sobretudo, o desemprego. Ser comunista significa propor que ao invés de excluir da economia o trabalhador afetado pelas novas tecnologias, cortando sua fonte de renda, e portanto fanzendo-o se submeter a condições cada vez mais degradantes de trabalho para sobreviver, devemos distribuir os benefícios que as máquinas trazem. O comunismo não é nada mais do que a consumação do processo de automação do trabalho. Quanto mais as máquinas substituem os homens, menos esses homens têm a necesidade de trabalhar. Se levarmos este processo às suas últimas consequências, as máquinas tornarão os processos de produção tão simples que não haverá necessidade de especialização alguma para exercer qualquer função, e por isso a divisão do trabalho seria abolida. O número de profissões seria reduzido e qualquer um poderia exercer qualquer uma dessas profissões, mudando de campo sem grandes consequẽncias. Seria portanto o fim da história, história essa entendida como um grande processo de desenvolvimento das forças produtivas, o encontro do homem consigo mesmo (com seu próprio projeto), sua identificação de-si e para-si. O fim das contradições e o início de uma nova história do homem, onde gozaremos da verdadeira liberdade, sem estar presos aos constrangimentos da natureza, sem a necessidade de políticos, patrões ou líderes de qualquer tipo, pois seriamos iguais em nossas funções e disporiamos dos mesmo saberes.

    Podemos achar essas fabulações hegelianas uma grande baboseira. Eu também acho, e certamente a maioria dos pesquisadores marxistas contemporâneos também o acham. No entando, agora que entendemos o que significa “comunismo”, podemos entender que o medo do comunismo não faz o menor sentido e é uma baboseira ainda maior do que o historicismo hegeliano. Podemos até entender porque o Lula acha lindo ser chamado de comunista.

    Quando alguém diz ter medo do “comunismo”, na verdade esta pessoa quer dizer que tem medo das experiências socialistas do século XX, que realmente foram terríveis, violentas, autoritárias. No entanto, socialismo não significa necessariamente uma ditadura, um governo autoritário, mas uma sociedade que aboliu a propriedade privada dos meios de produção, seja centralizando o controle da produção para o estado ou transformando as empresas em cooperativas. De qualquer forma, basta olhar para o projeto de governo do Lula apresentado na campanha e para as atas dos congressos do PT para entender que nada disto está sendo posto em pauta, nem comunismo, nem socialismo, nem ditadura. Os governos petistas ao longo dos anos foram sociais-liberais (um liberalismo de esquerda, como do partido democrata dos EUA) e desenvolvimentistas na economia, e nas relações internacionais assumiram uma postura anti-imperialista, buscando alianças com outros países em desenvolvimento e independência das “maiores democracias ocidentais, EUA e Europa”. Sem deixar, claro, de ser também uma democracia.

    Ao invés de explicar isso e livrar o leitor de equívocos, a jornalista prefere dar voz aos delírios da extrema-direita e foi assim que esta chegou ao poder em 2018 e é assim que pode voltar em 2026. Não por causa dos deboches do Lula.









  • Sete anos após o aclamado Encarnado, Juçara Marçal está de volta com seu segundo álbum solo. A cantora lançou recentemente o disco Delta Estácio Blues.

    Na obra, a artista aborda temas que a representam enquanto mulher negra no Brasil atual tais como como racismo, negritude, feminino e ancestralidade.

    O registro tem produção musical de Kiko Dinucci e traz forte presença de Juçara como compositora em todas as etapas e processos de criação. Novo Disco de Juçara Marçal

    A artista participou ativamente das colagens eletrônicas que levaram às bases das músicas; letras, melodias, parcerias e poesias; nas variações e investigações que realiza sobre o próprio canto e voz.

    A intenção aqui é explorar a música eletrônica fora dos clichês e gêneros já conhecidos, propondo novos cenários, investigações rítmicas e buscando um diálogo com o pop, sem deixar de lado a inquietude e a ligação estreita com a música brasileira.

    O trabalho traz parcerias de composição com Tulipa Ruiz, Siba, Rodrigo Campos, Maria Beraldo e Douglas Germano, além de participação de Catatau na faixa que assinam juntos. Ogi compôs o single “Crash”.

    O disco ainda conta com uma releitura de “La femme à barbe”, de Brigitte Fontaine e Jacques Higelin.

    Poder da Música

    Ao ouvir o álbum é possível sentir o poder transformador da música de diversas formas.

    De forma envolvente, o disco se conecta com o ouvinte tanto através do instrumental poderoso quanto por suas letras, em uma mistura de camadas e comunicações que não é fácil de se atingir com um lançamento como esse.

    Aqui, é como se a cada audição você descobrisse novas nuances, timbres e passagens, fazendo da experiência auditiva uma verdadeira viagem como nós todos fazíamos ao voltar pra casa com um CD na mão após tanta expectativa para comprá-lo.

    Delta Estácio Blues, um dos melhores discos do ano, já está disponível em todas as plataformas de streaming.

    https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2021/10/22/jucara-marcal-delta-estacio-blues/




  • Eu estou aqui porque prefiro o Lemmy mesmo, por razões de privacidade e políticas, migrei desde que vi que a diáspora ganhou tração. Porém, para a minha surpresa o Infinity e o libreddit, app e frontend que eu uso, continuam funcionando normalmente. Se eles parassem de funcionar eu simplesmente não iria mais acessar o r ddit, mas como eles estão funcinando vou continuar lurkando lá e postando cá. Detalhe, não postava com frequência no r ddit e nunca usava a plataforma logado por conta da privacidade, mas aqui no Lemmy me sinto muito à vontade para postar.